“Uma loucura”. É assim que muita gente, seja motorista ou pedestre, se refere ao trânsito de Belém. Conviver com congestionamentos, imprudência, pressa e falta de gentileza são alguns dos fatores que concorrem para que essa opinião seja, praticamente, unânime. Eles são também responsáveis pelo aumento de acidentes. Dados divulgados pelo Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde mostram que em 2011 a violência no trânsito foi responsável por mais de 40 mil mortes no Brasil. A região Norte aparece como recordista na quantidade de óbitos por acidentes com veículos terrestres que, entre 2002 e 2010, subiram de 856 para 1.351 somente no estado do Pará.
O crescimento da frota de veículos e a ausência de planejamento urbano para acompanhar a atual demanda são números que colaboram para que tais registros sejam cada vez mais frequentes nas grandes cidades como Belém. Aliados à falta de educação e senso de civilidade, o trânsito é transformado em verdadeira “trincheira urbana”, onde a disputa por espaço faz com que motoristas deem um freio no respeito e no bom senso e acelerem a grosseria e o mau humor.
Segundo a pedagoga e instrutora de direção defensiva da Escola de Governo do Estado do Pará (EGPA), Larissa Celso Barata, para que haja equilíbrio no trânsito, é necessário que cada condutor exercite, diariamente, o bom senso. “Acredito que atitudes gentis e educadas devam ser um exercício diário. Mudança de posturas e mais educação são fundamentais para amenizarmos os efeitos negativos do trânsito, pois sabemos que a legislação existe, mas em grande parte dos casos ela não é aplicada”. Segundo ela, enquanto isso não se resolve, a sugestão é “internalizar a educação, tratando-a como valor fundamental”.
Dessa forma, atitudes simples como dar passagem, não fechar cruzamentos, usar seta para indicar uma curva, trafegar apenas na velocidade permitida e respeitar pedestres, podem salvar vidas e melhorar o astral não só de quem dirige, mas também de quem transita nas grandes cidades.
Matéria produzida pela Ascom/IOEPA
Foto: Cláudio Santos/ Ag. Pará