Uma comissão avaliadora vistoriou as dependências da Escola de Governo do Pará (EGPA) na última segunda-feira (9), dando continuidade ao processo de análise da autarquia, que deu entrada no pedido de credenciamento como instituição de ensino superior junto ao Conselho Estadual de Educação. A vistoria foi feita por especialistas na área de educação superior. Além da presidente do conselho, Suely Menezes, a comissão era formada por outros três membros: o secretário especial de Estado de Promoção Social, Alex Bolonha Fiúza de Mello, e os professores Edson Franco e Francisco Aparecido Cordão.
A vistoria ocorreu das 10 às 17 horas, contando com uma reunião da comitiva com os diretores da EGPA, seguida de reunião com o corpo técnico-administrativo e docente. Depois, houve a visitação às instalações físicas, incluindo laboratórios e a biblioteca. Ao fim do roteiro, os membros da comissão se reuniram a portas fechadas para discutir e preencher o formulário de avaliação do conselho. Ao final na análise, o parecer trouxe recomendações favoráveis à proposta da EGPA.
“A recomendação favorável ao nosso credenciamento como instituição de ensino superior e a aprovação dos três cursos que fazem parte do projeto trazem para a Escola de Governo uma nova realidade. Vamos passar a discutir com muito mais propriedade a formação continuada do servidor. O projeto se propõe a trazer para a máquina pública pessoas habilitadas e formadas como gestores. A comunidade será atendida e receberá serviços melhores com pessoas mais bem capacitadas. A proposta é essa”, destacou o diretor geral da EGPA, Ruy Martini.
O pedido de credenciamento como instituição de ensino superior foi protocolado no dia 12 de novembro. A EGPA, como responsável por operacionalizar a qualificação profissional de servidores públicos, busca autorização para, em breve, poder chancelar cursos de graduação, graduação tecnológica e pós-graduação aos componentes do funcionalismo estadual, proporcionando, assim, uma formação profissional completa.
Integrante da comissão avaliadora, o secretário Alex Fiúza de Mello compara o desafio de conceber o credenciamento como o de ter um filho. “É o reconhecimento, através do Conselho Estadual de Educação, se a proposta tem sentido, se está bem elaborada, se tem uma finalidade e um projeto viável. É claro que quando se institucionaliza alguma coisa no espaço público, é como ter um filho. A gente tem um filho com uma intenção, tem que acompanhá-lo, conduzi-lo, para que ele cumpra o melhor papel possível daquilo que se pensou”, considerou Fiúza sobre a importância de uma análise minuciosa da capacidade da EGPA em tornar-se uma instituição de ensino superior.
O membro da comissão Francisco Cordão é considerado o introdutor da graduação tecnológica no Brasil. Para ele, esse tipo de formação é de suma importância para o servidor público. “Não basta apenas o domínio acadêmico, o desafio é passar o domínio acadêmico e preparar o servidor adequadamente para colocar em prática aqueles conhecimentos que ele aprendeu na escola, as habilidades que ele começou a desenvolver e especialmente o tratamento dos valores da cultura do trabalho, que ele deve incorporar no seu dia a dia, no desenvolvimento de suas competências profissionais, em termos de capacidade contínua. Isso traz um diferencial na formação de um novo servidor público”, disse o conselheiro da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação.
Depois da vistoria técnica, o parecer da avaliação será apresentado em plenária do Conselho Estadual de Educação. Tornando-se instituição de ensino superior, a Escola de Governo será um espaço unificado de formação para o servidor, inclusive abrindo turmas no interior do Estado, uma antiga solicitação dos servidores públicos. Na proposta, a autarquia abrigará o Instituto de Formação Profissional e Superior da Escola de Governo do Estado do Pará (Iseg/ PA), que deve ofertar inicialmente o curso superior de tecnologia em gestão pública, o curso técnico em secretaria escolar e o curso de segunda licenciatura plena em língua espanhola, além de pós-graduações (lato senso) em várias especificidades da gestão pública.
Segundo Suely Menezes, os cursos técnicos em secretaria escolar e segunda licenciatura plena em língua espanhola, que estão no projeto, atendem a necessidades pontuais da estrutura da educação no Estado. “A Escola de Governo traz uma proposta emergencial, provavelmente não é o foco principal do projeto formar professores, mas isto, na verdade, resolve um problema pontual. Fora isso, surge como a possibilidade real de gerar uma nova política do servidor público. Fico muito contente, como presidente do conselho, de fazer parte disto”, disse.
“Creio que um instituto, da forma com que ele está concebido, vai ser a alma da Escola de Governo. É preciso ter uma liderança, é preciso ter uma agregação em torno daquilo que nós, no nosso relatório, chamamos de ‘DNA’ da gestão pública, e isso a gente sente aqui”, disse Edson Franco, que atualmente é presidente da Fundação Nacional de Desenvolvimento do Ensino Superior Particular.
(Ascom/EGPA)